O PLENÁRIO DO CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL – CAU/BR no exercício das competências e prerrogativas de que tratam os arts. 2º, 4º e 30 do Regimento Interno do CAU/BR, reunido ordinariamente em Brasília/DF nos dias 21 e 22 de novembro de 2019, após análise do assunto em epígrafe, e
Considerando a DPOBR nº 0089-11/2019 que cria a Comissão Temporária para a Equidade de Gênero, com prazo de funcionamento de 1º de maio de 2019 a 31 de outubro de 2019, com base em proposta apresentada pela Deliberação nº 009/2019-CRI-CAU/BR;
Considerando art. 143 do Regimento Interno do CABR/BR, que determina que o funcionamento de comissões temporárias terá duração máxima de 6 (seis) meses e que, excepcionalmente, mediante justificativa fundamentada, o Plenário do CAU/BR poderá autorizar a prorrogação do prazo de funcionamento por, no máximo, igual período; e
Considerando a Deliberação nº 032/2019-CRI-CAU/BR, que aprova e propõe ao Plenário a prorrogação do prazo de funcionamento da Comissão Temporária para a Equidade de Gênero, até 30 de abril de 2020 seguindo o Plano de Trabalho com justificativa, calendário de atividades e planejamento orçamentário anexos.
DELIBEROU:
1- Aprovar a prorrogação do prazo de funcionamento da Comissão Temporária para a Equidade de Gênero (CTEG-CAU/BR) até 30 de abril de 2020; e
2- Encaminhar esta deliberação para publicação no sítio eletrônico do CAU/BR.
Esta deliberação entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília-DF, 22 de novembro de 2019.
Luciano Guimarães
Presidente do CAU/BR
Folha de Votação
UF | Conselheiro | Votação | |||
Sim | Não | Abst. | Ausência | ||
AC | Alfredo Renato Pena Brana | X | |||
AL | Josemée Gomes de Lima | X | |||
AM | Claudemir José Andrade | X | |||
AP | Humberto Mauro Andrade Cruz | X | |||
BA | Guivaldo D’Alexandria Baptista | X | |||
CE | Antônio Luciano de Lima Guimarães | – | – | – | – |
DF | Raul Wanderley Gradim | X | |||
ES | Eduardo Pasquinelli Rocio | X | |||
GO | Maria Eliana Jubé Ribeiro | X | |||
MA | Emerson do Nascimento Fraga | X | |||
MG | José Antonio Assis de Godoy | X | |||
MS | Osvaldo Abrão de Souza | X | |||
MT | Luciano Narezi de Brito | X | |||
PA | Alice da Silva Rodrigues Rosa | X | |||
PB | Cristina Evelise Vieira Alexandre | X | |||
PE | Roberto Salomão do Amaral e Melo | X | |||
PI | José Gerardo da Fonseca Soares | X | |||
PR | Jeferson Dantas Navolar | X | |||
RJ | Carlos Fernando de Souza Leão Andrade | X | |||
RN | Patrícia Silva Luz de Macedo | X | |||
RO | Roseana de Almeida Vasconcelos | X | |||
RR | Nikson Dias de Oliveira | X | |||
RS | Ednezer Rodrigues Flores | X | |||
SC | Ricardo Martins da Fonseca | X | |||
SE | Fernando Márcio de Oliveira | X | |||
SP | Nádia Somekh | X | |||
TO | Matozalém Sousa Santana | X | |||
IES | Andrea Lúcia Vilella Arruda | X | |||
Histórico da votação:
Reunião Plenária Ordinária Nº 096/2019
Data: 22/11/2019
Matéria em votação: 5.9. Projeto de Deliberação Plenária que aprova a prorrogação do prazo de funcionamento da Comissão Temporária para a Equidade de Gênero.
Resultado da votação: Sim (22) Não (0) Abstenções (0) Ausências (05) Total (27)
Ocorrências:
Secretário: Condutor dos trabalhos (Presidente): |
ANEXO I – PLANO DE TRABALHO
Nome do Projeto
Comissão Temporária para a Equidade de Gênero |
Período de Execução | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Início
01-Nov-2019 |
Término
30-Abr-2020 |
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Público Alvo
CAU/BR, CAUs/UF, Profissionais e Empresas de Arquitetura e Urbanismo, mulheres e homens, que se sentem sub representados(as), discriminados(as) ou alienados(as), no exercício da profissão de arquiteto(a) e urbanista ou âmbito da habitação, dos assentamentos humanos e das cidades. Gestores e atores sociais, formuladores de políticas públicas, representantes populares, líderes da sociedade civil e tomadores de decisões cujas esferas de atuação tenham impacto direto nos campos relacionados à Arquitetura e Urbanismo.
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Objetivo
I. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível; II. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação; III. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa; IV. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres. V. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing; VI. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social; VII. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.
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Justificativas
A historiadora espanhola Beatriz Colomina, professora da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, especializou-se nas relações entre gênero e arquitetura. Segundo ela, a narrativa da arquitetura foi construída sobre ausências e a situação das arquitetas é uma das principais.
É dela a afirmação de que “as mulheres são os fantasmas da arquitetura moderna, sempre presentes, cruciais, mas estranhamente invisíveis”. A frase está no ensaio “With or Without you: Ghosts of Modern Architecture”, publicado em um catálogo de 2010 do Museu de Arte Moderna de Nova York sobre mulheres artistas e inspirou, no Brasil, o coletivo Arquitetas Invisíveis.
Para, Marina Lima de Fontes, pesquisadora e arquiteta e urbanista brasiliense, “é impressionante descobrir que praticamente todos os “grandes arquitetos” ou “grandes homens” da história da arquitetura e do urbanismo tiveram esposas também arquitetas trabalhando ao seu lado, ou melhor, à sua sombra, no desenvolvimento de seus projetos. Quando não esposas, existem sócias ou co-autoras que não receberam qualquer crédito ou reconhecimento pelo trabalho desenvolvido” (dissertação “Mulheres invisíveis: a produção feminina brasileira na arquitetura impressa no século XX por uma perspectiva feminista”).
Em seu livro “Heroínas del espacio – Mujeres arquitectos en el Movimeinto Moderno”, a arquiteta argentina Carmen Espegel lista diversas arquitetas atuantes e de produção expressiva no século XX, que foram invisibilizadas seja pelo seu companheiro de trabalho ou de vida (ou ambos), como Aino Marsio Aalto (Alvar Aalto); Alison Smithson (Peter Smithson); Carmen Portinho (Eduardo Affonso Reidy); Charlotte Perriand (Le Corbusier); Clara Porset (Luís Barrágan); Eileen Gray (Jean Badovici e Le Corbusier); Karola Bloch (Auguste Perret); Lilly Reich (Mies Van der Rohe); Margaret MacDonald (Charles Rennie Mackintosh); Marion Mahony Griffin (Frank Lloyd Wright); e Ray Eames (Charles Eames).
Para Beatriz Colomina, corrigir esse quadro “não é apenas uma questão de adicionar alguns nomes ou mesmo milhares à história da Arquitetura. Não é apenas uma questão de justiça humana ou precisão histórica, mas uma maneira de entender mais completamente a arquitetura e as formas complexas em que é produzida”. (A declaração consta de entrevista dada pela historiadora em 2017 a Kiri Robyn McKenna, arquiteta da Nova Zelândia).
A questão não é circunscrita ao interior da profissão. Não por acaso, a UN Habitat dá ênfase às mulheres no planejamento urbano, “pois a cidade segura para as mulheres é segura para todos”. Palavras de sua diretora executiva, a urbanista malasiana Maimunah Mohd Sharif, ex-prefeita de Penang Island, na Malasia.
2. A BAIXA REPRESENTATIVIDADE FEMININA NAS ESFERAS POLÍTICAS E PREMIAÇÕES NACIONAIS
Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil ocupa a 157ª posição no ranking de igualdade de gênero na política, o penúltimo lugar dentre os países do G-20. Na política profissional no campo da Arquitetura e Urbanismo, o cenário não é diferente.
O Brasil possui atualmente 167.060 arquitetos(as) e urbanistas ativos(as) e registrados(as) no CAU. A maioria, 63,10% (105.420) são mulheres, assim como em 25 Unidades Federativas. Essa predominância tende a aumentar nos próximos anos, uma vez que a parcela de mulheres entre estudantes é bem maior (67%) e que na faixa etária até 25 anos as profissionais representam 79% do total de arquitetos e urbanistas.
Fonte: SICCAU, março de 2019
As arquitetas e urbanistas são também a maioria entre os profissionais que mais emitiram RRTs (Registros de Responsabilidade Técnica), nos montantes de até 50 registros. Esse número, contudo, deixa de ser superior na faixa de maior consolidação profissional (com a emissão de mais de 50 RRTs), correspondendo a somente 47%, proporção idêntica à de responsáveis técnicas mulheres nas empresas com registro no CAU. Fonte: SICCAU, março de 2019
Conforme os Registros de Responsabilidade Técnica (RRT’s) elaborados pelas mulheres com registro no CAU, a principal área de atuação feminina é relacionada ao projeto, que corresponde a mais da metade do total de registros. Em seguida, vem as atividades especiais em Arquitetura e Urbanismo (assessoria, consultoria, assistência técnica, vistoria, perícia, avaliação, laudo técnico, parecer técnico, auditoria, arbitragem e mensuração). As áreas historicamente mais relacionadas ao universo masculino, como execução, engenharia de segurança do trabalho e gestão, representam juntas apenas 11% dos registros consultados.
Nos concursos públicos de Arquitetura e Urbanismo 17% dos prêmios foram concedidos a equipes lideradas por mulheres, número surpreendente, considerando que os papeis de coordenação são majoritariamente masculinos neste universo. No concurso público de projeto para a Sede do CAU/BR e IAB/DF, por exemplo, apenas 16% das equipes concorrentes foram coordenadas por mulheres. Nas premiações nominais por atuação ou trajetória profissional meritória, no entanto, somente 15% dos profissionais homenageados foram mulheres
Não se trata apenas de mercado de trabalho. Os obstáculos para a representatividade feminina se encontram principalmente nas posições políticas e de destaque nas organizações do setor. A maioria dos dirigentes das entidades profissionais e premiados pela atuação profissional são homens, cenário que se reflete também no panorama internacional.
Fonte: Entidades do Colegiado das Entidades de Arquitetura e Urbanismo (CEAU), março de 2019 (websites e informações das diretorias nacionais)
Considerando o histórico dos percentuais de representatividade política feminina no CAU/BR, assim como os dados globais (contando o universo de conselheiros estaduais e federais entre 2012 e 2019), nota-se que a presença das mulheres tem crescido, embora não linearmente, mas ainda representa um número consideravelmente inferior à sua real proporção no universo profissional.
Fontes: à esquerda, SICCAU, dados da Secretaria Geral da Mesa do CAU/BR (SGM), da Comissão de Organização e Administração (SOCA); da Assessoria de Comunicação Integrada do CAU/BR, inclusive os Anuários de Arquitetura e Urbanismo do Brasil; e do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). À direita, editorial ‘Where Are the Women? – Measuring Progress on Gender in Architecture’, da Association of Collegiate Schools of Architecture (ACSA) dos Estados Unidos da América, dados de 2014.
Apesar da larga superioridade numérica feminina dentre os profissionais registrados, as mulheres têm representatividade inferior a 25% em todas as esferas de representatividade política no Brasil, exceto nas coordenações das comissões estaduais, nas quais representam também um percentual muito inferior ao masculino. Fonte: dados da COA
Desmembrando-se os dados relacionados às coordenações de comissões nas esferas estadual e federal, percebe-se que há também peculiaridades quanto à representação feminina nesses papéis. As arquitetas e urbanistas jamais coordenaram comissões de planejamento e finanças ou ética e disciplina no CAU/BR, e têm baixos percentuais nessas comissões nos estados. A única situação aonde há real equilíbrio de gênero é na coordenação da Comissão de Organização e Administração federal, onde os percentuais de homens e mulheres são idênticos.
Das 27 presidências de CAU/UFs, apenas 7 são atualmente ocupadas por mulheres. Com 6 representantes em um total de 28, as mulheres representam somente pouco mais de 1/4 das conselheiras federais titulares do CAU/BR e aproximadamente 1/5 das suplentes (5). No Conselho Diretor do CAU/BR há apenas 2 mulheres, representando 33% do grupo. Em seus três mandatos, o CAU teve somente presidentes homens.
Considerando o histórico dos percentuais de representatividade política feminina no CAU/BR, assim como os dados globais (contando o universo de conselheiros estaduais e federais entre 2012 e 2019), nota-se que a presença das mulheres tem crescido, embora não linearmente, mas ainda representa um número consideravelmente inferior à sua real proporção no universo profissional.
Fonte: dados da COA e da SGM
3. INICIATIVAS SEMELHANTES EM OUTROS CONSELHOS PROFISSIONAIS E ESFERAS DO SERVIÇO PÚBLICO
Em 28 de fevereiro de 2019, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a ONU Mulheres assinaram um Memorando de Entendimento para promover igualdade de gênero. Entre os principais pontos do acordo estão a adesão do STJ ao Movimento ElesPorElas (HeForShe), a promoção de ações para engajamento de homens em iniciativas em prol da igualdade de gênero e a realização de estudos de identificação de fatores que contribuam para a participação de mulheres em postos de poder e tomada de decisão. O STJ instituiu também na mesma data o programa ‘Equilibra’, que visa o aumento da participação institucional feminina no tribunal.
No âmbito dos Conselhos Profissionais, listamos algumas iniciativas semelhantes disponíveis nos sites de cada organização:
Outras iniciativas de Conselhos Profissionais visando a maior representatividade feminina em suas respectivas áreas de atuação, promovidas apenas até 2018 são:
4. INICIATIVAS JÁ EXISTENTES NO CAMPO DA ARQUITETURA E URBANISMO
Sabe-se acerca da existência, atualmente, de diversos fóruns, grupos e coletivos que estudam ou promovem ações para fomentar a participação feminina e a equidade de gênero na profissão. O próprio Fórum de Presidentes do CAU/BR possui um Grupo de Trabalho informal de articulação sobre a pauta, que está atualmente organizando o ciclo de debates “As mulheres na Arquitetura e a Produção da Cidade Inclusiva”, com o apoio da Assessoria Institucional e Parlamentar do CAU/BR. Nas eleições de 2017, arquitetas e urbanistas do estado de Santa Cataria articularam-se em prol da ampliação da representatividade feminina no conselho e constituíram uma chapa formada exclusivamente por mulheres.
Em setembro de 2017, a International Union of Architects – União Internacional dos Arquitetos (UIA) aprovou o documento ‘Policy Gender Equity in Architecture – Políticas para a Equidade de Gênero na Arquitetura’, que propõe a política da Instituição e apresenta recomendações para a equidade de gênero na profissão.
Em 2018, o Instituto Americano de Arquitetos (AIA) lançou a 1ª parte do seu denso documento ‘Guides for Equitable Practice – Diretrizes para a prática com equidade’, que propõe ações para compreender e construir a equidade na prática da arquitetura. Em 2019, foi publicada a parte 2 do documento. A parte 3 ainda está em elaboração e os últimos 3 capítulos devem ser lançados em breve.
A constituição da Comissão Temporária para a Equidade de Gênero, no CAU/BR, em maio de 2019, para debater e consolidar recomendações no âmbito da equidade de gênero consistiu em uma oportunidade para o diálogo com essas diversas iniciativas em curso para o fortalecimento de suas ações e propostas.
Algumas iniciativas já conhecidas são:
NO ÂMBITO NACIONAL:
NO ÂMBITO INTERNACIONAL:
· A rede MOMOWO – Women’s Creativity Since The Modern Movement (Criatividade das Mulheres desde o Movimento Moderno), com o objetivo de divulgar e promover conhecimento e interesse no patrimônio cultural europeu produzido por mulheres. A iniciativa é organizada por diversas entidades europeias e coordenada pela Politécnica de Turim, na Itália. · Congressos Internacionais sobre Arquitetura e Gênero, realizados em: o 2014, pela Universidad de Sevilla, em Sevilla, Espanha; o 2015, pela Universidade Lusófona, em Lisboa, Portugal; o 2017, pela Universidade de Florença, em Florença, Itália; · O blog argentino Un dia, una Arquitecta, com o objetivo de dar visibilidade à produção das arquitetas de todo o mundo em diferentes esferas: projeto arquitetônico, urbano e paisagístico, tecnologia, curadoria y publicações, produção artística, política, gestão de habitação social, teoria ensino. · O coletivo catalão Cole.lectiu Punt 6, que promove iniciativas diversas (workshops, pesquisas, publicações, seminários), sobre a perspectiva de gênero no projeto de espaços e equipamentos urbanos; · O coletivo Equal Saree, da Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona, que estuda, ensina e produz arquitetura e urbanismo com enfoque feminista e transdisciplinar. · A Associação Mulheres na Arquitectura, fundada em 2017 em Portugal visando a reflexão e a ação no âmbito da equidade de gênero nas várias práticas implicadas no fazer arquitetura, cidade e território.
5. O PAPEL DO CAU NA EQUALIZAÇÃO DESSE CENÁRIO Conforme disposto no Art. 24 da Lei Federal nº 12.378, de 31 de dezembro de 2010, o Conjunto Autárquico do CAU formado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e pelos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal (CAUs, ou CAUs/UF), tem como função orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de arquitetura e urbanismo, zelar pela fiel observância dos princípios de ética e disciplina da classe em todo o território nacional, bem como pugnar pelo aperfeiçoamento do exercício da arquitetura e urbanismo. Nesse sentido, a constituição de Comissão Temporária para a Equidade de Gênero, no âmbito de seu papel institucional, representou uma contribuição para o exercício ético e o aprimoramento da profissão, além de ir ao encontro da missão do CAU e resoluções e deliberações plenárias já citadas. A iniciativa também está em consonância com o 5º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, com a qual o governo Brasileiro assumiu o compromisso, enquanto Estado Membro da Organização. Todos os subitens do 5º ODS se relacionam transversalmente com o campo da Arquitetura e do Urbanismo e do interesse público, mas alguns deles em particular têm conexões diretas com as esferas de atuação do CAU: “5.4 reconhecer e valorizar o trabalho de assistência e doméstico não remunerado, por meio da disponibilização de serviços públicos, infraestrutura e políticas de proteção social, bem como a promoção da responsabilidade compartilhada dentro do lar e da família, conforme os contextos nacionais; (…) 5.a empreender reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, serviços financeiros, herança e os recursos naturais, de acordo com as leis nacionais;”. O CAU, enquanto regulador nacional da Arquitetura e Urbanismo, órgão público responsável pela melhoria da profissão, tem capilaridade em todo o território nacional e canais de diálogo diretos com demais entidades de Arquitetura e Urbanismo, conforme previsto no Art. 61 da Lei 12.378/2010, que institucionaliza o Colegiado das Entidades Nacionais de Arquitetura e Urbanismo (CEAU) e os colegiados semelhantes nos estados. Considerando que os compromissos do CAU deverão ser voltados à sociedade como um todo, e não apenas aos arquitetos(as) e urbanistas registrados(as), os trabalhos da Comissão instituída têm pautado problemáticas internas e externas que inter-relacionem arquitetura, urbanismo e gênero em todas as esferas sociais. Alguns dos temas que vêm sido abordados, conforme previsto na Nova Agenda Urbana são:
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MODUS OPERANDI da Comissão
COMPOSIÇÃO:
CONVIDADOS:
ASSESSORIA:
SUBSÍDIOS:
· Produção bibliográfica nacional e internacional sobre a temática; · Demais fontes de informação disponíveis.
REUNIÕES:
CICLOS DE DEBATES ‘Mulheres na Arquitetura – Cidades Inclusivas Para as Mulheres’:
DEMAIS AÇÕES:
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Resultados Esperados
1. RESULTADO PRIORITÁRIO:
Produção e encaminhamento de proposta de Política do CAU para a Equidade de Gênero para aprovação pelo Plenário do CAU/BR, com recomendações de ações para a sua operacionalização e atualização periódica em rede, envolvendo atores em todo o território nacional.
Capítulos do documento: 1. Equidade na história da AU; 2. Equidade na formação profissional; 3. Equidade na prática profissional; 4. Equidade na política profissional; 5. Equidade no CAU; 6. Equidade nas comunidades.
2. RESULTADOS SECUNDÁRIOS:
I. A construção coletiva da pauta das mulheres para a superação dos desafios do exercício profissional; II. A realização do ciclo de debates “As mulheres na Arquitetura e a Produção da Cidade Inclusiva”, em conjunto ao Fórum de Presidentes do CAU; III. O mapeamento e diagnóstico da produção arquitetônica feminina nacional; IV. Articulação com coletivos e fóruns nacionais e internacionais para realização de evento em 2020 sobre Arquitetura e Gênero, em preparação ou coordenação com o Congresso UIA 2020 RIO.
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Dotação Orçamentária
A dotação orçamentária divide-se em 2 momentos: 1 – Nova reprogramação, a partir da renovação da CTEG, no Plano de Ação de 2019; 2 – Previsão para o exercício de 2020, entre os meses de janeiro e abril, quando se encerrariam as atividades da CTEG.
A situação atual (extrato em 15/11/2019) do centro de custos da CTEG é:
Diante desse cenário, e considerando os projetos propostos para a prorrogação da Comissão, estima-se o seguinte quadro orçamentário:
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Cronograma dos Trabalhos
Ações após a conclusão da CTEG: Recebimento dos produtos das consultorias; Formatação e editoração dos resultados; Publicação e lançamento no UIA2020RIO. |
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Observações
Este Plano de Trabalho poderá ser revisado e ajustado pelo(a) coordenador(a) da Comissão, mediante aprovação da Comissão Proponente (CRI), nos termos do inciso V do Art. 137 do Regimento Interno do CAU/BR. |
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